Na sua análise ao DEO (Documento de Estratégia Orçamentla), hoje publicada, o CFP refere que o cenário macroeconómico incluído no documento parece "equilibrado e razoavelmente prudente", mas destaca que falta "associar-lhe um quadro mais completo das medidas previstas" para garantir o cumprimento das metas e previsões assumidas até 2018, o último ano para o qual o DEO (Documento de Estratégia Orçamental) apresenta projeções..Como exemplo, a instituição liderada por Teodora Cardoso refere que, a partir de 2016, "a recuperação do crescimento económico resulta, em quase dois terços, do crescimento da procura interna, fundamentalmente do investimento, acompanhada da manutenção de saldos positivos da balança comercial"..Para o CFP, o DEO devia ser "mais explícito quanto aos meios e medidas a adotar", tanto no plano orçamental como no plano económico..O CFP aponta ainda o "peso elevado de medidas não especificadas" (0,7% do Produto Interno Bruto em 2014 e 0,3% em 2015) como um risco a ter em conta..Quanto às medidas de 2015, o CFP considera que "seria desejável que o DEO explicitasse a orientação e o montante global das medidas de receita e despesa que estão implicitamente assumidas no cenário macroeconómico e no quadro de programação orçamental"..Já em relação aos anos de 2016 a 2018, o CFP refere que "o DEO é omisso quanto às medidas adicionais de consolidação necessárias" para atingir as metas anunciadas..A organização liderada por Teodora Cardoso considera também que a informação para sustentar o crescimento do investimento e o reforço do equilíbrio externo, quando abrandar a restrição do consumo, é "insuficiente"..Esta ausência de informação -- refere o CFP - "prejudica a transparência do exercício orçamental apresentado, limita o seu papel de orientação das expectativas dos agentes económicos, internos e externos, e implicitamente sublinha os riscos e incertezas subjacentes ao exercício de previsão"..Apesar de considerar que o cenário macroeconómico base do DEO se afigura "prudente, caso se concretize a estratégia em que ele parece basear-se", o CFP defende que "a explicitação desta permanece essencial" para avaliar a qualidade do exercício e "sobretudo para o tornar no instrumento estratégico que deveria ser, libertando-o dos vícios dos antigos Programas de Estabilidade, que nunca conseguiram desempenhar esse papel"..No DEO, apresentado a 30 de abril, o Governo confirmou as previsões já adiantadas, esperando que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 1,2% este ano e 1,5% em 2015, devendo o ritmo de crescimento acelerar ligeiramente em 2016 (+1,7%) e em 2017 e 2018 (+1,8%, em cada um dos anos)..O Executivo previu também que a taxa de desemprego se mantenha nos dois dígitos em 2018, atingindo os 13,2% nesse ano, ainda que antecipe que a trajetória se mantenha descendente.